Tuesday 9 April 2019

Loucura ou excesso de razão no clássico Dom Quixote

Loucura ou excesso de razão no clássico Dom Quixote


“Em um lugar “de la mancha” o qual não me quero acordar”, e assim começa o primeiro capítulo de Dom Quixote De La Mancha, publicado em meados de 1605, por Miguel Cervantes, um clássico importassímo, considerado fundador do romance moderno.
A historia de dom quixote é muito peculiar e continua sendo uma historia extremamente moderna , trata-se de  um fazendeiro já velho, sozinho, solitário e falido, que ao invés de mergulhar na melancolia e na depressão, caracteristicas da vida atual, resolve mergulhar na leitura de livros de cavalaria, e conta Cervantes “que de tanto ler livros de cavalaria sua amoleira amoleceu”, tornando-se um louco.
Contudo, é muito interessante observarmos, dentro da dinâmica da obra, o quanto essa loucura é na verdade um excesso de razão. Em primeiro lugar, Dom Alonso Quixote diante a leitura vai se projetando dentro do universo da cavalaria, até um certo momento, ele mesmo se faz personagem, uma vez que toma de empréstimo, pedaços de lataria velha para se fazer de armadura e utensílios domésticos para se fazer de arma. Ele se produz como um cavaleiro medieval, uma armadura com espada e escudo e transforma uma pangaré abandonado em um “Rocinante”, um cavalo mágico que seria própria de um heroi medieval, e ele investe sua vida em ser um andante aventureiro.
Em meio a trama, percebe-se a importância desse romance e sua penetração no imaginário popular e social, através da arte. A imagem do cavaleiro como triste figura. Um personagem magro, com um cavalo esquálido, movido por um escudeiro que na verdade é um gordo pançudo, chamado de “Sancho Pança” e a partir deste momento ele resolver sair em meio a essa loucura e encontra elementos  e situações curiosas, algumas cômicas, outras nem tanto. A verdade é que através da narrativa contada por Cervantes, podemo extrair aquilo que é próprio do humano, principalmente aquilo que retrata a liberdade como demasiada loucura.
Em paralelo às aventuras do louco Dom Quixote, mostra-se um dos pontos mais fundamentais para o entendimento da obra. Na sua trajetória, Dom Quixote encontra com uma mulher pastora chamada Marcela, uma mulher muito a frente do seu tempo.
Marcela decidi romper com os paradigmas da sociedade da época, decidi se tornar umas pastora e viver livre pelos campos. Ela acaba despertando o amor e a paixão de vários homens, mas Marcela não quer se comprometer com ninguem, ela fez a opção de viver livre, como pastora, contemplando os campos, vivendo o seu prazer. E por conta dessa liberdade exercida por Marcela, acaba-se despertando uma grande paixão nos homens até um ponto em que um dos personagens acaba se matando por conta de Marcela.
No entanto, esse episodio narrado provoca uma grande ingignação social, no qual Marcela passa a ser culpada pela morte do seu desejado. Entretanto, no momento do enterro, aonde os homens culpavam Marcela pelo fato ocorrido, ela aparece e promove um dos mais belos dircurssos narrativos sobre a liberdade. E ainda, nesse discursso de liberdade, ela afirma que sendo bela, não precisava de dá satisfação de sua beleza e muito menos  suas escolhar p ninguem. Isso é extremamente apaixonante, pois o discursso de Marcela promove o sentimento que reina dentro do seu coração.
A história de Marcela diz muito respeito ao que é, ser livre, de uma maneira extremamente poética e lírica, e ainda muito contudente, como uma grande verve fiosolofica. Entretanto o discursso extremanete sofisticado e poético de Marcela, os homens se encontram redundantes, culpando-a pelo suicídio do personagem. Nenhum dos homens ali, entendem, a não ser o louco Dom Quixote.
Aí que ele entra defendendo Marcela, tampouco a gente começa a perceber até aonde vai a loucura de Dom Quixote… ou aonde tá a verdadeira razão e aonde está a verdadeira loucura. Mais adiante na história, Dom Quixote é feito prisoneiro pelos seus próprios amigos, ou seja, por aquelas pessoas que ao perceber a loucura de Dom Quixote, coloca-o numa jaula, enganando que a Jaula na verdade era  mágica.
Logo, no meio do caminho, indo em direção ao seu povoado “De La Mancha” um grupo que está levando Dom , encontra um clerigo que se assusta ao ver um bando de homens levando um velho coitado, numa jaula de animal, e começa a perguntar o que teria acontecido, o mesmo se aproxima de Dom Quixote e começa um dos diálogos mais bonitos de todos os tempos! (…) da literatura universal.
O clerigo deseja convencer a desrazão de Dom Quixote. Dizendo que ele tinha ficado louco de tanto ler livros de cavalaria, e Dom responde ao contrario,que na verdade, tinha sido curado da sua melancolia, lendo livros de cavalaria, tinha se curado da sua vida cinzenta , tinha conseguido se curar de uma perspectiva de mundo, sec XVII, começa a se definir como sendo realidade, aquilo que a ciencia e o senso comum definia como elemento caracteristico da realidade.
Mesmo assim, Cervantes através de Dom … denuncia fundamentalmente um processo de esvaziamento do sentido da realidade, tentando reduzir a realidade ao senso comum e ao  conhecimento científico, colocando-se o desafio de pensar a realidade na perspectiva mais ampla do sonho. Pois afinal, o que é a razao,,,
a razão é a ausência da loucura….
Perspectiva as coisas como elas sao…
O que é a realidade…
Lendo Dom Quixote, todas essas questões são realocadas de uma maneira totalmente inusitada, e a modernidade da obra se apresenta como um desafio extremamente adequado para os nossos tempos. Ler Dom Quixote é quase que uma obrigação p nós. É uma necessidade que a gente tem de se libertar da razao estreteita, que somente aquilo que pensa a realidade, ponto de vista, daquilo podemos tocar, pensar no que a razao cintifca pode explicar. Pensar na perspectiva de Dom Quixote é pensar no sentido libertário, pensar a razao, diz q desde o primeiro momento que se tornou leitor de livros de cavalaria, ele tinha sido libertado da melancolia, e se tornou um homem mais corajoso, mais audáz, mais verdadeiro, e mais humano.
Talvez, lendo Dom Quixote, sejamos mais humanos.

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